Venezuela: contra a repressão sindical no Fogade

No dia 5 de fevereiro, dois dirigentes sindicais do Fundo de Proteção Social dos Depósitos Bancários (Fogade) receberam uma notificação de proibição de entrada no local de trabalho, uma solicitação de qualificação de demissão e uma citação ante a Inspetoria do Trabalho para a sexta-feira, 7 de fevereiro. Esse é um claro caso de repressão sindical em prejuízo do secretário-geral do Sindicato dos trabalhadores do Fundo de Proteção Social dos Depósitos Bancários (Sutrabfogade), William Prieto, e do delegado de prevenção, William Guzmán.

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Esse foi o mais recente passo de uma escalada cujo antecedente mais imediato é de 27 de janeiro, quando ambos foram notificados de uma mudança na administração onde trabalham, sem levar em consideração sua jurisdição sindical. Eles se negaram a aceitar essa violação e no dia 28 de janeiro os guardas de segurança lhes negaram acesso a seus postos de trabalho, como explicou o sindicato em um comunicado. No mesmo dia 28, membros do setor de segurança entraram sem permissão na sede do sindicato dentro do Fogade.

Em 30 de janeiro, os sindicalistas do Sutrabfogade realizaram uma roda de imprensa pública para denunciar esses abusos e, na mesma, assinalaram especificamente a responsabilidade da Gerente Geral de Administração e Finanças da Instituição, Mileydi Galán, e a Gerente de Infraestrutura, Verónica Mujica. William Prieto denunciou publicamente uma agressão por parte da Gerente Geral Mileydi Galán.

Em 3 de janeiro, ambos os sindicalistas foram citados para comparecer ante o Ministério Público 64, competente para assuntos da mulher, após acusações por parte dessas duas gerentes. O comparecimento foi em 4 de fevereiro e, durante o mesmo, os trabalhadores se defenderam das acusações com material de vídeo e testemunhos que demonstravam a atitude agressiva das gerentes com os dirigentes sindicais e não o contrário. O Ministério Público requereu a William Prieto e a William Guzmán a apresentação de suas alegações por escrito nos próximos dias.

Em 5 de janeiro, os dois dirigentes sindicais receberam uma notificação de proibição de entrada em seu local de trabalho, uma solicitação de qualificação de demissão e uma citação de comparecimento perante o Ministério Público para o dia 6 de janeiro, tudo isso com base na denúncia das duas gerentes no Ministério Público 64.

Também chegaram para outros filiados ao sindicato qualificações de demissão.

Está claro que nos encontramos ante um caso grave de assédio e repressão sindical no qual a gerência está utilizando as acusações para realizar de forma rápida a demissão dos dois sindicalistas. Nunca a justiça venezuelana agiu com tanta celeridade. O Sutrabfogade tem um amplo histórico de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra a deterioração de suas condições de trabalho. Esse é o motivo por que a diretora da instituição, Arlene Piñate (filha do ministro do Trabalho, Eduardo Piñate), quer se desfazer dessas vozes incômodas.

Foi convocada uma concentração de repúdio para o dia 7, para acompanhar os dois sindicalistas que estão sofrendo represálias. O encontro deve se realizar às 10 horas da manhã na Inspetoria do Trabalho, esquina Tienda Honda, Paróquia Altagracia – Edifício Las Mercedes, Caracas.

Fazemos um apelo para o envio de mensagens de protesto rechaçando esse caso de repressão sindical a:

Ministro del Poder Popular para el Proceso Social del Trabajo: https://twitter.com/EduardoPinateS

Presidenta, Fogade

Arlen.pinate@fogade.gob.ve

Gerente General de Administración y Finanzas, Fogade

Mileydi.galan@fogade.gob.ve

Com cópia ao SUTRABFOGADE:

https://twitter.com/sutrabfogade1

Cópia das mensagens a:

Sutrabfogade@gmail.com