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Alan Woods estava na França em maio de 68 buscando contatar trabalhadores e jovens. Neste relato-análise, publicado pela primeira vez em maio de 2008, ele fala do que viu nesta que foi a maior greve geral da história e que colocou o poder praticamente nas mãos da classe trabalhadora.

Avgi" (A Alvorada) é o jornal oficial do partido da esquerda grega, SYRIZA. Sua edição de domingo tem uma grande circulação (a quinta maior da Grécia). Em 28 de abril de 2013, este jornal publicou uma entrevista de página inteira com o editor do Marxist.com, Alan Woods. Segue uma tradução completa da entrevista.

Um novo boletim para uma nova situação política, onde a crise mundial se aprofunda e chega ao Brasil. 1º de Maio! Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores. A Esquerda Marxista lança o número 1 do Boletim Foice e Martelo. Fazemos isso nesta data não só para prestar uma homenagem aos operários assassinados em 1886 em Chicago, mas fundamentalmente para propiciar aos trabalhadores e jovens um instrumento de apoio à construção de organização revolucionária marxista.

Depois do grande colapso financeiro de 2008, encontramo-nos em um período turbulento. Desemprego em massa e ataques selvagens sobre os níveis de vida estão na ordem do dia; os levantamentos revolucionários no Oriente Médio, na Europa e na América, são a resposta. Muitas pessoas começaram a fazer perguntas fundamentais sobre a forma como a sociedade está organizada; particularmente, o papel dos bancos e das instituições financeiras – o “capital financeiro” – foram colocados sob o microscópio.

Encontrei Ted Grant pela primeira vez em uma escola da Juventude Socialista, em julho de 1966. Ele estava dando uma palestra sobre a Revolução Russa e causou-me grande impacto. Em consequência, juntei-me à Tendência Militante e ajudei a construir o que viria a se tornar uma grande força à esquerda.

Depois de aproximadamente um quarto de século de ditadura fascista, a revolução em Portugal abriu uma nova etapa da revolução europeia e mundial. Tendo sido iniciada como um pronunciamento ou golpe militar, demonstrou que existem reservas inesgotáveis de força e resistência nas fileiras da classe trabalhadora, devido ao seu papel na sociedade.

Na segunda parte deste artigo, vamos examinar as contradições do capitalismo egípcio que o tornam incapaz de resolver as tarefas mais básicas com as quais ele se enfrenta. Só uma revolução socialista pode resolver as tarefas da revolução. Mas como podemos conectar a luta pelo socialismo com o dia-a-dia das lutas das massas?

Mais de dois anos se passaram desde os primeiros passos da revolução egípcia. No início, o movimento estava em estado de euforia indo de vitória em vitória, varrendo todos os obstáculos em seu caminho. O clima era intenso e até mesmo festivo. Milhões de pessoas, oprimidas durante décadas, reuniram-se na Praça Tahrir imbuídas do sentido de seu próprio poder. Elas sentiram que todos os problemas poderiam ser superados com a mesma facilidade com a qual elas derrubaram Mubarak. Elas sentiram que nenhuma força podia detê-las, e elas tinham razão para se sentir assim. Mas a experiência está ensinando a elas que as coisas não são assim tão fáceis.

Hugo Chávez já não está mais conosco. Sempre um lutador, Chávez passou seus últimos meses numa luta de vida ou morte contra um inimigo cruel e implacável: o câncer. Brigou valentemente até o último momento, mas no final suas forças falharam. Na terça-feira, cinco de março, às 16 horas e 25 minutos, a causa da liberdade, do socialismo e da humanidade perdeu um grande homem e o autor destas linhas perdeu um grande amigo.

Quatro ativistas bolivarianos mortos, dezenas de centros de saúde, sedes do PSUV, escolas infantis, fontes de abastecimento populares, etc. atacados por bandos fascistas da oposição "democrática". Os EUA, a OEA e a Espanha aderem ao coro exigindo uma recontagem dos votos. O que há na Venezuela é uma tentativa de golpe de Estado contra a vontade que foi democraticamente expressa pelo povo.

O candidato bolivariano Nicolas Maduro ganhou a eleição presidencial venezuelana de 14 de abril por uma estreita margem. Com 99,12% dos votos contados, houve 78,71% de comparecimento às urnas, com Maduro recebendo 7.505.378 votos (50,56%) e Capriles 7.270.403 votos (49,07%). Capriles declarou que não reconhece o resultado e exigiu uma auditoria de 100% dos votos.

O PSUV está chamando a realização de manifestações populares em apoio ao resultado eleitoral enquanto a direita não reconhece o resultado. Uma disputa democrática? Vejamos como encara a situação o comando da oposição.

A TV está cheia de desabafos bajuladores de comentaristas de direita e políticos sobre a súbita morte de Margaret Thatcher. O establishment se reuniu para elogiá-la. A rainha enviou uma mensagem pessoal de condolências à família de Thatcher. Os noticiários estão cheios de homenagens, retratando Thatcher como uma espécie de defensora da liberdade. É claro, nada poderia estar mais longe da verdade. Ela era uma campeã - campeã do capitalismo, da classe dominante e de tudo que ele representa.

Nas últimas semanas, centenas de pessoas inocentes foram detidas pela polícia de Montreal, mesmo não tendo cometido nenhum crime. É muito claro que esta é apenas a mais recente tentativa do Estado de amedrontar os trabalhadores e jovens que demonstram oposição à agenda da classe dominante. Mas, ao fazer isso, eles estão jogando um jogo muito perigoso, correndo de risco de destruir o véu que é a democracia burguesa.