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Na segunda parte deste artigo, vamos examinar as contradições do capitalismo egípcio que o tornam incapaz de resolver as tarefas mais básicas com as quais ele se enfrenta. Só uma revolução socialista pode resolver as tarefas da revolução. Mas como podemos conectar a luta pelo socialismo com o dia-a-dia das lutas das massas?

Mais de dois anos se passaram desde os primeiros passos da revolução egípcia. No início, o movimento estava em estado de euforia indo de vitória em vitória, varrendo todos os obstáculos em seu caminho. O clima era intenso e até mesmo festivo. Milhões de pessoas, oprimidas durante décadas, reuniram-se na Praça Tahrir imbuídas do sentido de seu próprio poder. Elas sentiram que todos os problemas poderiam ser superados com a mesma facilidade com a qual elas derrubaram Mubarak. Elas sentiram que nenhuma força podia detê-las, e elas tinham razão para se sentir assim. Mas a experiência está ensinando a elas que as coisas não são assim tão fáceis.

Hugo Chávez já não está mais conosco. Sempre um lutador, Chávez passou seus últimos meses numa luta de vida ou morte contra um inimigo cruel e implacável: o câncer. Brigou valentemente até o último momento, mas no final suas forças falharam. Na terça-feira, cinco de março, às 16 horas e 25 minutos, a causa da liberdade, do socialismo e da humanidade perdeu um grande homem e o autor destas linhas perdeu um grande amigo.

Quatro ativistas bolivarianos mortos, dezenas de centros de saúde, sedes do PSUV, escolas infantis, fontes de abastecimento populares, etc. atacados por bandos fascistas da oposição "democrática". Os EUA, a OEA e a Espanha aderem ao coro exigindo uma recontagem dos votos. O que há na Venezuela é uma tentativa de golpe de Estado contra a vontade que foi democraticamente expressa pelo povo.

O candidato bolivariano Nicolas Maduro ganhou a eleição presidencial venezuelana de 14 de abril por uma estreita margem. Com 99,12% dos votos contados, houve 78,71% de comparecimento às urnas, com Maduro recebendo 7.505.378 votos (50,56%) e Capriles 7.270.403 votos (49,07%). Capriles declarou que não reconhece o resultado e exigiu uma auditoria de 100% dos votos.

O PSUV está chamando a realização de manifestações populares em apoio ao resultado eleitoral enquanto a direita não reconhece o resultado. Uma disputa democrática? Vejamos como encara a situação o comando da oposição.

A TV está cheia de desabafos bajuladores de comentaristas de direita e políticos sobre a súbita morte de Margaret Thatcher. O establishment se reuniu para elogiá-la. A rainha enviou uma mensagem pessoal de condolências à família de Thatcher. Os noticiários estão cheios de homenagens, retratando Thatcher como uma espécie de defensora da liberdade. É claro, nada poderia estar mais longe da verdade. Ela era uma campeã - campeã do capitalismo, da classe dominante e de tudo que ele representa.

Nas últimas semanas, centenas de pessoas inocentes foram detidas pela polícia de Montreal, mesmo não tendo cometido nenhum crime. É muito claro que esta é apenas a mais recente tentativa do Estado de amedrontar os trabalhadores e jovens que demonstram oposição à agenda da classe dominante. Mas, ao fazer isso, eles estão jogando um jogo muito perigoso, correndo de risco de destruir o véu que é a democracia burguesa.

Um filme que tenta mostrar Thatcher com heroína feminista e encobrir seus crimes cometidos contra as trabalhadoras e trabalhadores ingleses está sendo lançado na Inglaterra. Rob Seel resgata a real política de Thatcher desnudando seu caráter reacionário

Quantas vezes ouvimos professores universitários, economistas, políticos e jornalistas declarando que Marx estava errado e que, embora tenha tido algumas percepções de como funciona o capitalismo, fracassou em ver o dinamismo do sistema capitalista e sua capacidade de se recuperar das crises e ir em frente? No entanto, alguns anos depois, enquanto o sistema mergulha na mais séria crise da história, de vez em quando se ouve comentaristas declarando que Marx estava certo. O mais recente é um artigo publicado por Time magazine ontem, intitulado A Vingança de Marx: Como a Luta de Classes se alastra pelo Mundo.

O texto que segue abaixo é um apelo escrito por três marxistas do partido grego de esquerda Syriza em preparação ao congresso do final deste ano (...). Nós, membros do Syriza que lançamos este apelo, expressamos nossa oposição às claras tentativas dos camaradas da direção do Syriza de conduzir o partido na direção das falidas posições ideológicas e políticas da socialdemocracia, que defende uma gestão “progressista” e “democrática” do sistema capitalista.

O texto que segue abaixo é um apelo escrito por três marxistas do partido grego de esquerda Syriza em preparação ao congresso do final deste ano (...). Nós, membros do Syriza que lançamos este apelo, expressamos nossa oposição às claras tentativas dos camaradas da direção do Syriza de conduzir o partido na direção das falidas posições ideológicas e políticas da socialdemocracia, que defende uma gestão “progressista” e “democrática” do sistema capitalista.

A luta de classes continua na Grécia. Uma greve geral do transporte público em Atenas foi abortada depois de cinco dias de duração, quando o governo obrigou aos trabalhadores retomar seus postos de trabalho, utilizando uma legislação reacionária produto deste período de reação aberta. Uma semana mais tarde, acontecia o mesmo ao setor pesqueiro. O governo de Samaras está recuperando o pulso e passando à ofensiva. Somente neste ano serão destruídos 25 mil postos de trabalho no setor público como resultado dos acordos com a Troika. Contudo, não houve nenhuma resposta séria por parte dos dirigentes sindicais gregos.

Já se passou mais de uma semana desde a morte de Hugo Chávez e até há pouco havia filas quilométricas de gente que vinha de todo o país para se despedir pela última vez do presidente. Foram convocadas novas eleições para 14 de abril e o ambiente é de crescente raiva da popiulação diante das provocações da oligarquia. (Vejam ao lado da foto da Planária Nacional do PSUV realizada em Caracas).