Portuguese

A Grã-Bretanha está em meio a uma profunda crise, nunca vista nos tempos modernos. Há um reboliço geral. Não é só a visão de um jornal de esquerda, mas a visão oficial da classe dominante britânica.

As queimadas na região amazônica e centro-oeste do Brasil foram sentidas em São Paulo. O céu escureceu às três da tarde e muitas pessoas não sabiam o porquê. Logo chegaram as notícias, explicando que além da frente fria, um dos motivos são as queimadas. E assim, uma comoção geral se levantou nas redes sociais, jornais e internacionalmente. O problema ambiental, que não parecia ser uma fonte de indignação, se torna mais uma gota no copo d'água da insatisfação popular e da crise do governo e, por de baixo da superfície, alimenta a raiva e a indignação contra o governo Bolsonaro, que apenas oferece descaso e sarcasmo sobre a questão.

No último mês a Amazônia esteve no centro das atenções do governo Bolsonaro. Após uma longa queda de braço que culminou com a demissão de Ricardo Galvão da diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o candidato a Bonaparte agora troca bravatas com alguns dos países mais ricos da Europa acerca da preservação da região.

Boris Johnson é o novo líder do Partido Tory (Conservador) e o mais recente primeiro ministro britânico. O Partido Trabalhista deve mobilizar os trabalhadores e a juventude para forçar eleições gerais e fazer com que a permanência de Boris no “número 10” (residência da Rua Downing do primeiro ministro e sede das reuniões governamentais) seja curta.

O movimento trabalhista estadunidense teve algumas décadas difíceis. Depois de um pico de 34,8% em 1954, apenas 10,5% dos trabalhadores estadunidenses estão em um sindicato hoje e somente 7,2% dos trabalhadores do setor privado. Com os lucros das empresas, a acumulação de capital, os indicadores de mercado e a desigualdade da riqueza alcançando níveis espantosos, muitas pessoas míopes perderam toda a esperança e se submeteram aos capitalistas. O melhor que podíamos fazer, segundo o seu ponto de vista, era ajoelhar-se e implorar por algumas migalhas da mesa deles. Mas “a hora mais escura é antes do alvorecer”. A classe trabalhadora estadunidense não se sente derrotada – nem de longe – e

...

O estrondoso movimento de protestos de Hong Kong está entrando em seu segundo mês. Apesar da crescente pressão de Pequim e do governo de Carrie Lam, o movimento ainda cresce em termos de militância. Está se elevando dos métodos liberais burgueses ao método da luta de classes. De alguma forma, quando Carrie Lam emergiu da obscuridade para responder à greve geral, ela estava correta ao dizer que o movimento de Hong Kong está caminhando por um “caminho sem volta”.

Com gestos de incredulidade e demonstrando pouca compreensão com o que estava acontecendo, o Presidente Mauricio Macri, junto ao seu gabinete, reconheceu não só a derrota na quase totalidade do país, como também de ter realizado uma péssima campanha.

Depois de dez dias de protestos tempestuosos e de uma greve geral que paralisou toda ilha, o odiado governador de Porto Rico, Rosselló, foi forçado a renunciar. Enquanto isso as palavras de ordem nas ruas estavam dizendo: “Não renunciou, o povo o expulsou”. Esta é a primeira e mais significativa vitória do movimento de massas, que agora quer derrubar a própria La Junta.

Ontem (4/7) à noite, um acordo de compartilhamento do poder foi alcançado entre o Conselho Militar de Transição (TMC), a junta militar atualmente no poder, e as Forças para a Liberdade e Mudança (FFC), que inclui os principais líderes do movimento revolucionário que entrou em erupção em dezembro do ano passado.

O movimento das massas de Hong Kong contra a lei de extradição patrocinada por Pequim não está mostrando sinais de arrefecimento depois que 500.000 pessoas se juntaram à marcha de ontem, o aniversário da passagem do poder da Grã-Bretanha a Hong Kong. No entanto, o movimento já se encontra numa encruzilhada porque alcançou o limite do que pode ser alcançado sem liderança e programa.

A centelha de 7 de junho acendeu as contradições na sociedade liberiana. A mobilização massiva das massas no dia 7 foi um tapa na cara dos cínicos que argumentavam que o povo liberiano continuaria a aceitar alegremente o status quo podre sem agir para mudar o curso da história. Mas nada é estático: tudo se encontra em constante fluxo e sujeito à mudança. Também é assim a consciência das massas liberianas.

Em 16 de junho, há apenas uma semana da última marcha de milhões de pessoas que ocorreu em Hong Kong, aconteceu um segundo protesto em massa. Segundo os principais organizadores da Frente Civil de Direitos Humanos, cerca de dois milhões de pessoas participaram de passeata de ontem. A julgar pelas imagens e números disponíveis, bem como pelo que vi, é inteiramente crível que esse protesto seja maior do que o do domingo anterior.

Milhões de pessoas participaram da greve geral no Brasil em 14 de junho, com manifestações em 380 cidades de todo o país. A greve foi convocada em rejeição à proposta de contrarreforma do sistema de pensões do governo Bolsonaro, mas também refletiu a oposição aos cortes na educação pública, que já havia levado milhões de pessoas às ruas em 15 e 30 de maio.

A Greve Geral de 14 de junho contou com a paralisação de importantes setores da classe trabalhadora que têm uma tradição de organização, como metalúrgicos, químicos, petroleiros, bancários, servidores públicos etc. Mas a paralisação poderia ter sido mais forte e as manifestações maiores, se as direções sindicais tivessem mobilizado de fato suas bases.