GUATEMALA: EXÉRCITO MASSACRA MANIFESTANTES INDIGENAS

No dia 4 de Outubro forças do governo guatemalteco atacaram uma manifestação de indígenas matando oito manifestantes. Milhares bloquearam a estrada pan-americana para protestar contra o aumento das tarifas de energia elétrica. Embora os soldados responsáveis pelas mortes tenham sido detidos, o governo tratou o assunto como se fosse de importância menor. Mais uma vez assistimos a uma demonstração de desumanidade do governo de extrema direita da Guatemala. (Nota do tradutor: recordemos que em 1978 os paramilitares a serviço dos EUA e da burguesia massacraram 256 indígenas.

No dia 4 de Outubro, milhares de manifestantes dos povos indígenas da Guatemala bloquearam partes da rodovia pan-americana perto de Totonicapán, 170 quilômetros da capital, em protesto contra a subida dos preços da energia elétrica doméstica. O protesto foi então atacado pelo exército, resultando na morte de oito manifestantes. Mais tarde, investigadores encontraram no local das mortes mais de cem balas, todas do tipo que é utilizado pelo exército. Isso prova que o exército guatemalteco deu uma grande demonstração de força, que poderia ter resultado em muito mais mortes.

Apesar das prisões do coronel responsável, Juan Chiroy, e os soldados responsáveis tenham sido detidos, o regime mais uma vez mostrou sua verdadeira face. Esse massacre foi amplamente condenado internacionalmente, desde a ONU, que considerou o protesto legitimo, até os EUA e Israel. Pode-se argumentar que quando países como os EUA, com seu histórico de extermínio de sua própria população nativa, e Israel, com seu regime de apartheid que esmaga a população nativa palestina, condenam um governo por ir longe demais na repressão de sua própria população, deve-se prestar atenção. Seria como se o próprio Lorde Sauron, de O Senhor dos Anéis, estivesse dizendo às pessoas para que caíssem em si e parassem de brigar.

“DE IMPORTÂNCIA MENOR...”

Em resposta às criticas, o ministro das relações exteriores da Guatemala, Harold Caballeros, respondeu na edição de 12 de Outubro do Tico Times: “É com tristeza que reconheço que, em algumas partes do mundo, oito mortes é um assunto de extrema importância, mas, embora possa parecer ruim dizer isso... todos os dias temos o dobro do numero de mortes devido à violência, então não é algo que deveríamos dar tanta importância”. De importância menor? Essa é a postura de um governo em relação à morte de oito cidadãos inocentes pelas mãos de seu próprio exército.  Mias uma vez fica explícita a postura racista anti-indígena do governo, sua estratégia econômica neoliberal e pulso de ferro contra a oposição.

SOCIALISMO OU BARBARIE

Nas ultimas semanas, a mídia internacional reproduziu varias noticias de violações de direitos humanos e a violenta repressão do governo contra a oposição na América Latina. Mas esses relatos não contem nada sobre o massacre na Guatemala. Esse evento foi recebido com o tradicional silencio. A atenção da mídia burguesa esta voltada para manipulações criminosas a respeito do governo socialista e democrático de Hugo Chávez. Enquanto que, segundo o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, a Venezuela possui o melhor sistema eleitoral do mundo, o governo foi acusado de todos os crimes possíveis. Enquanto isso, as atrocidades cometidas pelo presidente guatemalteco Otto Pérez Molina foram solenemente ignoradas. Nesse caso, temos a verdadeira face não somente do governo da Guatemala, mas também da mídia burguesa.

A Guatemala e a Venezuela mostram a encruzilhada de destinos na qual a humanidade se encontra. De um lado temos pobreza, racismo, assassinato de opositores e desmantelamento da democracia ou, no caso da Guatemala, do que se chama de democracia. Do outro temos um giro em direção ao socialismo, com massiva redução da pobreza, erradicação do analfabetismo e criação de uma democracia popular na Venezuela. O movimento operário internacional precisa aprender com esses eventos e tomar uma postura firme contra o capitalismo e em favor do socialismo.

O movimento operário internacional precisa ser solidário às vítimas da Guatemala e exigir a derrubada desse governo larápio, para que se possa garantir o mínimo das necessidades sociais locais. Na Guatemala o povo trabalhador precisa organizar-se em comitês de defesa, em aliança firme com os indígenas, para prevenir futuros ataques como esse. Mas acima de tudo, precisam se organizar para tomar o poder, derrubar o regime e com ele, o capitalismo, para logo a seguir criar uma democracia socialista. Essa é a melhor forma de respeitar a memória dos camaradas assassinados.