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Quase um mês se passou desde o golpe contra o governo de Pedro Castillo. Um golpe orquestrado pela CONFIEP, pelo aparato burguês do Estado, pelo Fujimorismo, pelas multinacionais mineiras e pela embaixada dos Estados Unidos contra um presidente democraticamente eleito pelo povo trabalhador do Peru.

Entrámos num período de crise, guerra e revolução. Apesar dos prodigiosos avanços tecnológicos e científicos das últimas décadas, o capitalismo revela-se incapaz de proporcionar condições de vida minimamente dignas para maioria da população do planeta e, mesmo entre os países economicamente mais desenvolvidos, não deixam de crescer as desigualdades sociais, a exclusão e a precariedade como forma de vida. E por toda a parte a sustentabilidade ambiental é sacrificada no altar do lucro.

A montanha pariu um rato. Ontem, o Congresso peruano voltou a considerar a questão de uma eleição antecipada, que havia rejeitado na última sexta-feira. Quando Dina Boluarte substituiu ilegitimamente ao presidente Castillo, ela anunciou que ficaria no cargo até 2021. Isso se tornou insustentável. Claramente, uma parte da classe dominante no Peru entende que deve reformar o sistema político para tentar conter a enorme onda de indignação levantada pelo golpe do Congresso contra o presidente Castillo em 7 de dezembro.

Uma terceira moção de vacância havia sido apresentada contra Pedro Castillo e seria discutida hoje, 7 de dezembro, perante o Congresso. No entanto, hoje, às 11h45, Castillo ofereceu uma mensagem à nação anunciando a dissolução do parlamento, em resposta aos múltiplos ataques e obstáculos que colocaram ao seu mandato desde o início.

No sábado, 26 de novembro, foi convocada uma manifestação nacional em Roma contra a violência para com as mulheres, no marco do Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres. É possível que tenham comparecido umas 10.000 pessoas à manifestação, no máximo: muito menos que as aproximadamente 100.000 pessoas de anos anteriores. A manifestação foi convocada pelo grupo ativista de mulheres “Non una di meno” – “Nem uma a menos”. As companheiras e companheiros de Sinistra Classe Rivoluzione – a CMI na Itália – participaram com lemas e cartazes revolucionários, e sua banca de materiais foi posteriormente atacada por autodenominadas ativistas dos direitos da

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Nas últimas horas, a crise política se acelerou no Peru. O presidente Castillo decretou o fechamento do Congresso, mas foi rapidamente detido pela polícia. O Congresso votou por seu impeachment e proclamou seu vice-presidente como o novo mandatário. O que significam esses acontecimentos?

Com outro período de amortecimento chegando ao fim, Biden – um autoproclamado “orgulhoso presidente pró-trabalhista” – convocou o Congresso a aprovar uma legislação para forçar o acordo provisório do contrato do Conselho de Emergência Presidencial para os trabalhadores ferroviários, um movimento apoiado pela presidente da Câmara, Nancy Pelosi. Isso tornaria ilegal a greve dos ferroviários – e revelaria claramente os interesses de classe que estão por trás do Partido Democrata.

Quase um mês após o pomposo 20º Congresso do Partido Comunista Chinês, a raiva a partir de baixo está vindo à tona. Na semana passada, a mega fábrica da Foxconn em Zhengzhou, Henan, viu um confronto violento entre trabalhadores e a polícia por conta da sonegação de salários pela administração e, nos últimos dois dias, foram relatados grandes e violentos protestos em muitas cidades importantes, visando as medidas draconianas de bloqueios do regime, que se tornaram um ponto de referência para o descontentamento generalizado. Como previmos há muito tempo, a profunda crise do capitalismo chinês está começando a estimular as massas à ação.

No dia 26 de outubro, o assassinato da jovem iraniana-curda, Mahsa Amini, pela polícia moral do regime completou 40 dias. Sendo o último dia do tradicional período de luto xiita, foi recebido com protestos massivos, tornando-se um novo ponto alto do movimento, com protestos em quase todas as grandes cidades. Em muitas cidades curdas, eclodiu uma greve geral; em todo o país, greves de Bazaaris foram realizadas em apoio ao movimento; e em Teerã os condutores do metrô entraram em greve em apoio à juventude revolucionária.

As eleições de meio de mandato costumavam ser um assunto corriqueiro que recebia pouca atenção e participação dos eleitores, em que o partido da oposição normalmente retomava o controle do Congresso sem muito alvoroço. Mas a dinâmica tradicional da política burguesa dos Estados Unidos foi totalmente alterada no último período, à medida que a crise do capitalismo mundial causa estragos na estabilidade política em todo o mundo. As eleições de meio de mandato deste ano fornecerão um retrato parcial do clima político na sociedade americana na metade do mandato presidencial de Joe Biden.