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Em julho de 2021, o Partido Comunista Chinês (PCC) celebrou o 90º aniversário de fundação com um blitz propagandístico se gabando de como o governo do partido levou a uma China próspera, confiante e feliz. No entanto, um ano depois, o descontentamento entre as massas chinesas em relação ao regime atingiu níveis sem precedentes, enquanto aqueles no topo da burocracia partidária bizantina estão mostrando claras diferenças sobre como proceder. O que isso revela e qual é o seu significado para os revolucionários marxistas?

A luta de classes está escalando na Grã-Bretanha, enquanto os membros do RMT em greve paralisam as ferrovias, e os conservadores e os patrões tentam esmagar os sindicatos. A imprensa da sarjeta está gritando sobre “guerra de classes”. E – pela primeira vez – eles estão corretos. Republicamos este artigo de 22 de junho, publicado originalmente em socialist.net [em inglês].

Na madrugada de sexta-feira passada, 24 de junho, produziu-se uma tentativa por parte de várias centenas de imigrantes de saltar a cerca de Melilla e cruzar do lado do Marrocos para o outro lado da Espanha da fronteira. O caso resultou na morte confirmada de 37 pessoas até agora, segundo uma ONG local, além de 76 feridos, 13 dos quais em estado grave. Este fato se produz apenas alguns meses depois da ratificação das novas relações entre o governo espanhol e a ditadura marroquina.

O Equador está entrando na terceira semana da greve nacional convocada pela CONAIE (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador) com base em 10 demandas para lidar com a crise do custo de vida. Está sendo alcançado um ponto crucial para o futuro do movimento. A questão de quem governa a sociedade foi levantada, mas não resolvida. O impasse pode causar cansaço e desmobilização. Inclusive com a utilização de armas letais, a polícia reprime violentamente as mobilizações, que são defendidas por jovens na linha de frente. Desde o início da greve nacional, já houve cinco mortes, oito desaparecimentos e pelo menos 127 detenções.

Com 50,48% dos votos, Gustavo Petro e Francia Marquez venceram a disputa eleitoral na eleição presidencial colombiana contra o demagogo de direita Rodolfo Hernandez. O significado histórico da vitória de Petro, Marquez e do Pacto Histórico não pode ser subestimado. Gustavo Petro se tornou o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia. Sua presidência representa um ponto de virada na luta de classes em um país no qual a oligarquia capitalista tem claramente desempenhado o papel de carrasco impunemente.

Neste 22 de junho completam-se 10 dias de greve geral no Equador. O primeiro ano do governo Lasso foi uma tragédia para os trabalhadores e camponeses. O Equador foi um dos países mais atingidos pela pandemia da Covid-19. O desemprego e a miséria afetam fortemente todos os estados do país. O governo Lasso cumpriu religiosamente todas as exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI) desde que assumiu o poder em maio de 2021. O aumento dos combustíveis e dos alimentos foi a gota d’agua que transbordou o copo.

Oleksandra Koval, diretora do Instituto do Livro Ucraniano (que faz parte do Ministério da Cultura e Informação política Ucraniana), anunciou que começarão a trabalhar no abate de mais de 100 milhões de chamados “livros de propaganda” das bibliotecas públicas da Ucrânia. Os livros – incluindo as obras de escritores mundialmente reconhecidos como Dostoyevsky e Pushkin – estarão destinados à reciclagem de papel, de acordo com o Ministério.

A Corrente Marxista Internacional solidariza-se com os companheiros e companheiras do Mugimendu Sozialista (MS), que estão enfrentando há tempos uma campanha de assédio e intimidação por parte de setores social-democratas e da direção do EH Bildu, que conta com a atitude complacente da direita basca.

Já se passaram mais de 100 dias desde que a invasão russa da Ucrânia começou. Não há fim à vista para a guerra. As declarações entusiasmadas do Ocidente após a retirada da Rússia das áreas que ocupou em torno de Kiev, Sumy, Chernihiv e Kharkiv se transformaram em avaliações mais pessimistas. As forças russas, por meio de artilharia superior, avançam no Donbass, lenta, mas implacavelmente. As perdas ucranianas estão aumentando. A Rússia manteve suas receitas de petróleo e gás, apesar das sanções do Ocidente, cujos efeitos colaterais ameaçam empurrar a economia mundial para uma nova e prejudicial recessão.

Enquanto muita atenção está sendo dedicada à guerra na Ucrânia, um conflito igualmente importante está se desenvolvendo no Pacífico, e é sobre quem deve dominar esta região-chave: os Estados Unidos ou a China? De fato, o principal pivô da política externa dos EUA é contra a crescente influência da China.

A economia mundial está minada pela turbulência, golpeada por uma tempestade perfeita de guerra, pandemia e protecionismo. A tóxica combinação de inflação e recessão vai sendo urdida pelo capitalismo. Esta é uma acabada receita para explosões revolucionárias em todo o lado.

Assim como previam todas as pesquisas nos últimos três meses, Gustavo Petro liderou o primeiro turno das eleições presidenciais colombianas com surpreendentes 8,5 milhões de votos (40%). Infelizmente, apesar da previsão do próprio Petro, ele não conseguiu vencer a eleição no primeiro turno com uma maioria de 50% ou mais. E, apesar das previsões de muitos, Rodolfo Hernández, o demagogo de direita que usou as redes sociais como seu principal meio de campanha, conseguiu superar Federico “Fico” Gutierrez, o candidato do establishment capitalista apoiado pelos patrões e pela direita.