Argentina: Balanço da greve geral de 24 de janeiro

A classe trabalhadora deve se colocar à frente da luta!

Apelamos pela remoção da burocracia de nossos sindicatos!

Apelamos pela desconfiança dos deputados no parlamento!

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Córdoba, Santiago del Estero, Buenos Aires, Rosario, Mendoza etc., em todas e em cada uma das grandes cidades nos mobilizamos em centenas de milhares contra a superpacote e o Decreto Nacional de Urgência (DNU), mostrando às “forças celestiais” de Milei, Macri, Caputo e Bullrich que não vai ser fácil para eles imporem de fato tal pacote de medidas.

Depois de assumir em 10 de dezembro, o chamativo gabinete comandado por Milei/Caputo descarregou com impunidade total um pacote de medidas que tenta modificar mais de 800 leis colocando o país de cabeça para baixo: a lei de terras e Glaciares, a lei dos medicamentos, a lei contra a reforma trabalhista, o fechamento do Congresso e a declaração de emergência pública e de delegação dos poderes legislativos ao Poder Executivo etc., deixando os trabalhadores e os recursos naturais à mercê do grande capital financeiro nacional e internacional. Um ataque total contra a classe trabalhadora.

Nas jornadas realizadas hoje, dia 24 de janeiro, ficou clara a vontade de luta dos oprimidos para rechaçar semelhante ataque.

A burocracia da CGT, sabendo o que estava por vir desde o primeiro momento e de acordo com o bloco de deputados de Unión por la Patria, convocou uma mobilização para uma greve de 12 horas.

Trata-se de uma paralisação que não foi precedida por assembleias nos locais de trabalho que permitissem à classe trabalhadora dar voz às suas reivindicações mais sentidas e com os métodos tradicionais da greve geral e de ocupação de fábricas. Pelo contrário, o que tentaram fazer foi uma pantomima. Sequer garantiram que os trabalhadores pudessem participar plenamente. Em muitas fábricas e empresas foram obrigados a trabalhar e muitos comércios ficaram abertos porque a burocracia garantiu o transporte público. Falar de piquetes nos acessos à cidade, para assegurar que os trabalhadores precarizados ou os que não têm cobertura sindical pudessem se somar à luta é algo totalmente alheio aos burocratas.

No ato não houve uma apelo à ação, nem uma preparação para a terça-feira, quando tentarão mais uma vez votar o superpacote na Câmara de Deputados.

Evidentemente a mobilização foi massiva e decisiva, apesar da política da burocracia, e os dados que nos chegam são de grandes marchas, apenas comparáveis às enormes mobilizações que comemoraram o 24 de março.

Não podemos esperar nada dos líderes sindicais, e mais uma vez ficou demonstrado que não há derrota cultural. Somente os trabalhadores podemos deter este gigantesco ataque.

Temos que realizar assembleias e autoconvocações nos locais de trabalho e estudo, nos bairros populares, nas empresas e nas fábricas. Temos que vincular nossas reivindicações mais sentidas à derrota do superpacote e do governo.

As plenárias de trabalhadores empregados e desempregados, as Coordenadorias inter-fábricas e o Congresso Operário para coordenar a luta são as tarefas indispensáveis do momento.

Para derrotar Milei devemos, ademais, dar um salto na luta e na mobilização, visto que, unicamente com essas ferramentas, não se pode deter os capitalistas. Temos que ter plena consciência de que a luta não é só no nível sindical, mas é também, e fundamentalmente, no nível político e que a mesma não será resolvida a favor da classe trabalhadora no Parlamento.

Não podemos esperar mais. A classe trabalhadora deve se colocar à frente da luta e acrescentamos que devemos nos preparar para derrotar os capitalistas e seus governos, e lutar por um governo próprio: um governo dos trabalhadores.  

Vamos dar ao movimento contra Milei uma perspectiva de poder!

Por um governo dos trabalhadores!

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